Hístoria

É na Freguesia de São Francisco que reside a génese do concelho de Alcochete. As suas origens remontam ao antigo concelho de “Ripa Tejo”, no qual a freguesia de Sabonha assumia a sede de concelho, numa extensão que ia desde Alcochete a Sarilhos, incluindo Samouco e Aldeia Galega.

Com uma área de 4,23 km2 e com uma população que ronda os 1100 habitantes, segundo os Censos 2001, a freguesia de São Francisco está situada na orla ribeirinha do Tejo, entre Alcochete e Samouco.

A sua origem reside no período medieval, na primitiva freguesia de Sabonha, destacando-se enquanto sede paroquial de todos os lugares da parte oriental do antigo concelho de Ribatejo, nomeadamente Alcochete, Samouco, Póvoa do Montijo, Atalaia, Aldeia Galega e Sarilhos-o-Grande.

A primeira referência conhecida a Sabonha data de 1249 e consta de uma carta de doação de bens em Ribatejo. Posteriormente, volta a ser referenciada, em 1252, numa carta de doação de igrejas do Bispo de Lisboa e mais tarde em 1306 em duas cartas de aforamento na zona.

Na época, Sabonha tinha na região uma grande importância administrativa e eclesiástica que lhe foi conferida pela Ordem de Santiago.

De acordo com o investigador José Manuel Vargas no livro “Sabonha e São Francisco” a colonização da região teve origem na área entre Sabonha (hoje S. Francisco) e Montijo (zona de Base Aérea) seguindo-se um núcleo localizado em Alhos Vedros.

Motivado pela exploração de salinas e pela plantação e cultivo de vinhas, o povoamento da região decorreu de forma bastante fragmentada, por iniciativa da Ordem de Santiago e de outras ordens monástico-conventuais, sediadas em Lisboa, dando origem a pequenas povoações ribeirinhas.

Contudo, a importância das vinhas na vida económica local suplantava as outras actividades agrícolas, assumindo primazia sobre a pesca e a extracção de sal.

Como consequência do povoamento do território do Ribatejo a rede paroquial começava a estruturar-se e uma das primeiras freguesias a ser criada foi Santa Maria de Sabonha a par com S. Lourenço de Alhos Vedros, ambas constituídas na segunda metade do séc. XIII.

Edificada em 1252, por ordem do Bispo de Lisboa, da Igreja de Santa Maria de Sabonha não restam quaisquer vestígios edificados, nem gravuras ou documentos.

Todavia, as escavações arqueológicas que decorreram na freguesia revelaram um conjunto de vestígios de grande importância para a história local e regional, uma vez que fora encontrado exactamente no espaço onde esteve edificada a igreja de Santa Maria de Sabonha (sécs. XIII – XVI) e posteriormente um convento franciscano (1572-1834).

Após a extinção da freguesia de Sabonha a igreja foi abandonada e as ruínas foram doadas aos frades recolectos de S. Francisco, que nela fundaram um convento em 1572, com razoável importância na região e que perdurou até 1834.

Do Convento de São Francisco, que viria a dar nome à actual freguesia, restou apenas o pórtico monumental, restaurado pela Câmara Municipal e que em 1996 foi classificado como monumento de valor concelhio.

A freguesia de S. Francisco está a sofrer grandes transformações, quer a nível populacional, quer a nível paisagístico. É notório o grande crescimento no núcleo urbano, sem no entanto perder o seu carácter rural, mantendo além da sua tranquilidade e hospitalidade, as suas tradições, como são exemplo as tradicionais Festas de Confraternização Camponesa, que se realizam todos os anos em Junho.